quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO



“Quando queremos conhecer alguém, convidamos para almoçar ou jantar”.

 Quando crianças, o ato de comer e a hora das refeições têm um valor simbólico muito forte em nossa mente. É através da comida que absorvemos as primeiras noções de desejo e satisfação, recompensa e castigo, controle e disciplina. Na mesa de refeições aprendemos um pouco sobre quem somos, o que queremos e como o obter; é um lugar onde também se aprende a regatear e negociar algum alimento a mais, ou alguma troca. Inclusive essas ocasiões são oportunidades de se aprender limites, compartilhar, ter consideração, esperar a vez e a arte de conversar. Tudo isso pode enfim, ser resumido como boas maneiras às refeições.

A alimentação não se limita ao mundo doméstico ou ao da creche, ela tem uma conexão com o mundo exterior, sendo um elo que determina como vemos e entendemos o mundo. No trabalho com crianças são considerados uma série de valores sociais que vão sendo passados a elas no dia-a-dia, e que moldam seu comportamento. Durante as refeições, há uma série de condutas esperadas, conforme os valores da comunidade onde se está inserida, que devem ser ensinadas às crianças em seu devido tempo.

                                                            
O papel do educador é essencial na formação das boas práticas alimentares das crianças, e para tal, pede um investimento em relação à formação, que deve ser continuada, criando oportunidades para a conscientização quanto a sua função e a da instituição em relação à criança e à família.

As refeições não são atividades isoladas, devendo ser percebidas como atividades   pedagógicas,  devendo como  tal,  estar articuladas com o funcionamento das diversas   áreas  da  creche. As atividades ligadas à alimentação desenvolvidas com as crianças         inserem-se  na  filosofia  dos  Referenciais  Curriculares  Nacionais  para  a Educação   Infantil, MEC-1997, substituído atualmente pelas Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, MEC-2010, que valorizam a criança como sujeito ativo,  construtor  de  seu  conhecimento,        interagindo em seu meio físico e social, sendo de grande proveito no curriculo   desenvolvido pela creche.

O REFEITÓRIO DA CRECHE

O REFEITÓRIO:  FORMAÇÃO DO  AMBIENTE A PARTIR DO ESPAÇO


“Espaço construído é o que está à nossa volta, compreendida a ação humana, que é fruto de escolhas. O que permanece é o escolhido pelo grupo, e tem certo valor de representação. Compreender o espaço construído é compreender a sociedade – o grupo envolvido”.

Roberto Pastana Teixeira Lima, 2004.




Para a estruturação do refeitório para as crianças pré-escolares, é necessário primeiramente refletirmos sobre o espaço destinado às refeições, fazendo algumas considerações:

O que é o espaço do refeitório, como é utilizado, como é avaliado em sua função e quem o avalia, como  está organizado, como são os tempos de uso e de espera:

- da refeição ficar pronta,
- das crianças para pegar o prato,
- da duração das refeições.

Cada uma destas questões sobre o espaço leva à sua funcionalidade, conforme o olhar dos envolvidos. 

                                                                  
O espaço como local físico pode ser caracterizado pela área abrangida, sua luminosidade natural ou artificial, sua ventilação, entradas e saídas – portas e janelas, local de passagem. Podemos incluir aqui o mobiliário existente e sua distribuição e disposição – de acordo com o tamanho e idade das crianças;  pela decoração feita pelos educadores e/ou pelas crianças; pelos objetos para atividades e materiais didáticos. Estes itens já englobam também a ação dos educadores, que definem de certa forma como o recinto será arrumado e enfeitado, com objetos de sua confecção, incluindo atividades realizadas pelas crianças, com que tipo de material, cores e tamanhos utilizados.


O ambiente será formado pelo espaço físico  somado às relações que se estabelecem no mesmo, entre a criança e os objetos, entre a criança e os colegas, entre a criança e os adultos. As relações interpessoais, os afetos, as interações  durante as refeições – o modo como os educadores conduzem esses momentos, com palavras de apoio, encorajamento e afeto – são atitudes positivas em relação à educação alimentar desenvolvida na educação infantil.


Vemos então, que os espaços e os ambientes formados por ele atuam em quatro dimensões concomitantes:

Dimensão Física: o que há e como se organiza o espaço físico, com as crianças presentes.

Dimensão Funcional: como se utilizam os espaços e por que; nos diferentes módulos -  parque, refeitório, banheiro, sala de TV- video, enfermaria.

Dimensão Temporal: quando e como é utilizado cada espaço.

Dimensão Relacional: quem e em que circunstâncias participam e interagem.

 

No ambiente do refeitório forma-se parcialmente a construção da identidade e da intimidade das crianças, ambas muito relacionadas com a alimentação e com o meio onde se está inserido. Também a construção do conhecimento ocorre nesses momentos, organizando conteúdos nas áreas de interesse.  



Posturas positivas dos educadores   podem ser observadas quando:

-  A criança come com vontade e espontaneamente, em ambiente tranqüilo
-  A comida oferecida está sempre em temperatura adequada
-  Utilizar utensílios higienizados, oferecendo alimentos seguros 
-  Deixar a criança comer o suficiente, respeitando seus limites
- Servir refeições iguais para todos os presentes (dietas especiais devem ser explicadas às crianças)
- Deixar a criança se servir quando estiver preparada
- Havendo condições, deixar a criança repetir alguns alimentos

Segundo BOOG (1998), o conceito de educação nutricional é “uma busca compartilhada entre educador e educando, de novas formas e novos sentidos para o ato de comer, que se processa em determinado tempo e local, através da interação e do diálogo, por meio da qual se almeja a qualidade e a plenitude do viver”.


Esse conceito é plenamente aplicável no contexto de creches, onde é observada profunda interação dos educadores com as crianças. Os momentos das refeições na creche são considerados como atividades pedagógicas de grande valor no aprendizado infantil. Nas refeições ocorre cotidiana e paulatinamente uma adaptação ao meio social adulto, transformando as crianças em função do conjunto de realidades coletivas, às quais a consciência comum atribui algum valor, o que comumente chamamos de boas maneiras. É também nesse meio social que a criança vai moldar suas preferências alimentares e sua capacidade de ingestão, o que ocorre entre 2 e 5 anos de idade.


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

ALIMENTAÇÃO NO BERÇÁRIO



ALIMENTAÇÃO  NO BERÇÁRIO - 1 A 2 ANOS

SUCOS E SOBREMESAS DE FRUTAS



Servir sucos de frutas, como laranja, abacaxi, maracujá e acerola junto ou após as refeições, forma uma boa composição, pois a vitamina C das frutas facilita a absorção do ferro contido no feijão e na carne, colaborando na prevenção da anemia. Devem ser preparados na hora do consumo, e não com muita antecedência para não oxidar, e só adicionar (pouco) açúcar nas frutas mais ácidas, como limão e maracujá.

Evitar sobremesas lácteas no almoço, pois o cálcio dificulta o aproveitamento do ferro da refeição.




O DOCE SABOR DO SALGADO

          


Ao introduzir as preparações salgadas na alimentação dos bebês por meio das sopas, pode-se iniciar pelos legumes de sabor naturalmente adocicados, como a cenoura, a beterraba, mandioquinha, batata doce e chuchu, evitando-se assim a eventual recusa inicial.


GARFO, PENEIRA OU LIQUIDIFICADOR?


                                                                 



A papinha tem esse nome justamente porque sua consistência é pastosa. Para chegar nessa textura não há necessidade do liquidificador. O mais indicado é passar os legumes pela peneira grossa ou amassá-los com garfo, quando a criança já for maior e precisar exercitar mais o maxilar. Por isso, os alimentos como arroz, lentilha, feijão e macarrão poderão ser preparados da maneira usual. Apenas as carnes pedem um cuidado maior, devendo ser moídas, desfiadas ou picadas em pedaços bem pequenos, facilitando a mastigação.

O exercício do maxilar é importante desde a amamentação do bebê, para que nesta fase de sua alimentação ele já tenha a musculatura preparada para a mastigação. E continuando com esse exercício diário, em seguida a articulação da língua e dentes na cavidade bucal também facilitará o desenvolvimento da linguagem.


JOGO DE CORES

As cores intensas de certas hortaliças, como abóbora, cenoura, couve e brócolis, combinadas com outras de coloração mais claras, como acelga e mandioquinha, é uma maneira simples de assegurar a diversidade de minerais e vitaminas necessárias ao bebê.  Uma fórmula simples é o cardápio diário conter cinco cores variadas de alimentos para se garantir os nutrientes.



POUCA ÁGUA e PANELA TAMPADA


Com a panela tampada e água suficiente para cobrir os alimentos, faz com que o cozimento seja mais rápido, e com menor perda de nutrientes. Sobrando a água do cozimento, esta pode ser utilizada em outras preparações.


VAMOS VARIAR A SOPA DO NENÉM?

*SOPA DE MANDIOCA, BATATINHA, FRANGO E COUVE


 
INGREDIENTES para 16 porções:

1/2 frango  em pedaços, 2 Mandiocas cortadas, 10 batatinhas, 3 tomates, meia cebola, um dente de alho, cheiro verde e cebolinha, 2 colheres de óleo, ½ maço de couve picada, fubá para engrossar, sal a gosto.


MODO DE FAZER (2 horas):

Lavar bem e cortar todos os legumes, colocando-os para refogar com o óleo, alho, cebola e o frango. Depois colocar água e deixar cozinhando por cerca de uma hora. Se necessário, engrossar com o fubá.




*SOPA DE MÚSCULO COM ESPINAFRE




INGREDIENTES para 20 porções

400 gramas de músculo moído, um copo e meio de macarrão para sopa, um dente de alho, uma colher de óleo, 2 cenouras médias, 3 mandioquinhas grandes, 4 batatas, 2 beterrabas, meio maço de espinafre (só as folhas com os talos bem tenros), 1 xícara de ervilha seca, cheiro verde e sal a gosto.


MODO DE FAZER ( 1 hora):

Leve o alho junto com o óleo para dourar, em seguida junte a carne e refogue por 10 minutos. Enquanto a carne está refogando, lave todos os outros ingredientes, descasque, corte, pique e reserve. Quando a carne estiver refogada, adicione um litro e meio de água fervente, deixe cozinhar por 20 minutos na panela de pressão. Depois de cozida, retire do fogo, acrescente mais água, adicione a ervilha com os legumes e deixe cozinhar por mais 15 minutos, retire do fogo e acrescente o espinafre, o cheiro verde, o macarrão  e o sal a gosto. Após mais 15 minutos de cozimento, estará pronto para servir.


·        SOPA DE ERVILHA

               



INGREDIENTES para 30 porções:

Meio quilo de ervilha seca, 750 g de músculo, 250 g de macarrão de sopa, meio quilo de cenoura, 1 prato de folhas de espinafre bem picadinho, temperos (sal, alho, cebola , manteiga).


MODO DE FAZER (uma hora):

Refogar os temperos na manteiga, acrescentando a carne e os legumes. Coloque água e deixe cozinhar em panela de pressão meia hora com a ervilha junto. Após o cozimento, passe pela peneira os legumes e bata no liquidificador a carne. Volte todos os ingredientes para a panela, acrescentando o macarrão e por final a verdura.


·        BOLINHO DE ESPINAFRE
INGREDIENTES para 40 unidades

1 maço de espinafre, 3 copos americanos de farinha de trigo, 3 ovos, meio copo americano de leite, 1 pacote de 50 g de queijo ralado, 1 colher de sopa de fermento, sal a gosto.

MODO DE FAZER (40 minutos):

Picar o espinafre cru e juntar todos os ingredientes mexendo até se formar uma massa homogênea. Logo após, fritar em óleo bem quente, soltando na panela os bolinhos com uma colher rasa. Retirando os bolinhos fritos, escorrer em uma travessa com papel toalha.


Outras sugestões – variações de ´comidinhas´:

- Nhoque de espinafre c/ carne moída,

- Purê de cenoura,

- Purê de chuchu e escarola,

- Purê de mandioquinha c/ brócole,

- Pudim de couve-flor





BOM TRABALHO!

NUTR. CECILIA HOLLAND